quarta-feira, 27 de outubro de 2010

SWU - 11/10 – Clássicos, novos e poderosos no festival pseudo-hippie

Entre críticas e elogios o SWU, acredito eu, encerrou com um saldo positivo, público satisfeito e com certeza exausto de tanto andar e comer poeira na fazenda Maeda, em Itu (SP).




O novíssimo Cavalera Conspiracy mostrou a força do metal aliado ao eletrônico impressionou, e a galera bateu cabelo e urrou junto com o vocalista. Já o Avenged Sevold, que eu particularmente desconhecia, não empolgou os metaleiros, mas satisfez os indies e rockers em geral que aguardavam o show do Incubus.


O Incubus não vi até o fim, que dizem ter sido a melhor parte, mas até onde vi fez uma apresentação bacana, sem deixar de fora os hits “Megalomaniac” e “Drive”, interagiu com o público, que curtiu, pulou e cantou junto com o vocalista/galã com direito a coro e mãozinhas pra cima em “Wish were here”, que eu perdi.


Perdi, mas por uma boa causa: o show do Cansei de Ser Sexy, banda brasileira com glamour internacional, sem dúvida valeu a pena! Empolgadíssima com a energia da galera, Lovefoxx não só cantou, como pulou, dançou e se jogou do palco duas vezes e claro, foi recebida de braços abertos, pelos fãs que cantavam junto e pediam músicas, na esperança de matar a saudade da banda que não se apresentava há tempos por aqui. É claro que as dimensões menores do palco Oi Novo Som ajudaram a dar o clima mais aconchegante ao show, que apesar de curto, não decepcionou. 

Por conta do choque de horários, mas por uma sorte ou destino, ainda deu tempo de pegar um bom pedaço da apresentação do Queens of the Stone Age, que apesar das falhas no som e técnica, foi uma das melhores da noite. Nenhum dos integrantes precisou ficar pelado para mostrar presença de palco e a banda definitivamente provou que o rock ainda se mantém com toda a força e vigor, mesmo em tempos de emos e afins.

Nem com tanto vigor assim, mas com muita simpatia e empenho, os tiozinhos do Pixies entraram em seguida e conseguiram o ritmo e a empolgação da platéia, que cantou e dançou alegremente ao som dos hits inesquecíveis como “Here comes your man”, Where is my mind” e encerrou com chave de ouro com a clássica “Gigantic”.
O grande show da noite para alguns, um extra para outros, o Linkin Park subiu ao palco e fez o seu papel de banda mais pop da noite. Intercalando hits gritados juntos com o vocalista Chester Bennington, com outras canções menos conhecidas a banda conseguiu agitar a galera que resistiu até o fim ao cansaço e ao frio. Para os mais empolgados que ainda persistiram, ou para quem preferiu esperar acalmar o fervo dos estacionamentos e saídas lotadas, a apresentação do DJ Tiesto fechou o festival e transformou a arena numa grande rave, com luzes e efeitos que devem ter deixado muita gente em transe até o dia raiar.


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Uma noite em 67...

Alegria, Alegria

Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou...

O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou...

Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot...

O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou...

Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não...

Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento,
Eu vou...

Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou...

Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil...

Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou...

Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou...

Por que não, por que não...



quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dúvida


Até quando será que ela vai aguentar?


Levantar da cama e encarar o espelho que reflete toda a sua angústia.

Respirar fundo e encarnar um personagem, fingir ser uma pessoa que não é...

Guardar suas opiniões para não gerar reações que a deixam mais convencida de que seu lugar não é ali...E qual será o seu lugar no mundo?
Quando ela vai se dar conta que, enquanto está sonhando com o futuro, o destino está se encarregando de tornar tudo mais imprevisível?

Quando ela vai ter coragem de dar um passo mais longo, um salto mais alto e voar o mais longe que puder? 

Quando será que ela vai chegar ao seu limite e explodir?
Quando será que ela vai se libertar?

terça-feira, 13 de julho de 2010

Viva el Roque!

É hoje! O grande dia... daquele que há décadas inspira gerações, define estilos, atitudes e pensamentos, provoca arrepios, mobiliza multidões, não nos deixa ficar parados nem calados, e espalha a energia do som por onde passa: o Rock and Roll!

Feliz dia do Rock pra todos que se sentem assim ao ouvir riffs como esse:

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A vida é cheia de som e fúria

Fui assistir a peça Macbeth, dirigida por Aderbal Freire Filho no último domingo. Apesar das 3 horas de duração tenho que dizer que a produção do espetáculo é maravilhosa, os atores, não só os protagonistas  Daniel Dantas e Renata Sorrah, e os demais são impecáveis.


Mas o que mais chama atenção é o texto denso e tenso de Shakespeare, que provoca nos espectadores um misto de sentimentos, do amor ao ódio. Consegue transmitir com tanta humanidade a loucura e a perversidade dos personagens a ponto de fazer rir do que seria uma tragédia. Uma verdadeira aula do mestre da dramaturgia inglesa. Imperdível, uma pena que não ficará muito mais tempo em cartaz e os ingressos já estarem esgotados.

MacBeth
SESC Pinheiros

25/06 a 18/07.
Sextas, sábados e feriado às 21h. Domingos às 18h. Sábado, dia 10 de julho, às 16h.



quarta-feira, 7 de julho de 2010

O poeta não morreu...

Há 20 anos ele se foi, mas continua vivo na lembrança...



Entre as várias músicas que poderia postar aqui, essa é uma das minhas preferidas, pois representa bem a sua poesia e acidez:

(Blues da Piedade)

Agora eu vou cantar pros miseráveis

Que vagam pelo mundo, derrotados

Pra essas sementes mal plantadas

Que já nascem com cara de abortadas

Pras pessoas de alma bem pequena

Remoendo pequenos problemas

Querendo sempre aquilo

Que não têm

Pra quem vê a luz

Mas não ilumina suas mini-certezas

Vive contando dinheiro

E não muda quando é lua cheia

Pra quem não sabe amar, fica esperando

Alguém que caiba no seu sonho

Como varizes que vão aumentando

Como insetos em volta da lâmpada

Vamos pedir piedade

Senhor, piedade

Pra essa gente careta e covarde

Vamos pedir piedade

Senhor, piedade

Lhes dê grandeza e um pouco de coragem.

Quero cantar só para as pessoas fracas

Que tão no mundo e perderam a viagem

Quero cantar os blues

Com o pastor e o bumbo na praça.

Vamos pedir piedade

Pois há um incêndio sob a chuva rala

Somos iguais em desgraça

Vamos cantar o blues da piedade


domingo, 4 de julho de 2010

Tristeza verde-amarela

É, a Copa do Mundo acabou para o Brasil e só sobrou frustração e um vazio no coração dos torcedores brasileiros. Por mais que a maioria tivesse suas ressalvas sobre a seleção de Dunga é fato que havia lá no fundo uma esperança de chegar à final, mas infelizmente não foi dessa vez...


Mas o que mais me deixa triste é o fim desse clima de copa, que eu gosto tanto. Aquela mobilização das pessoas animadas pra torcer, cantar o hino nacional, aquela sensação mesmo que temporária de patriotismo. Acho incrível o poder que um evento tem de provocar tanto sentimento e interação entre as pessoas, seja em casa, no trabalho, com amigos ou família.

Críticas à parte (nem tenho muitas, pois não entendo quase nada de futebol) pra mim o fato de ter nos proporcionado esses pequenos momentos de alegria, já é um motivo de agradecer ao time brasileiro por ter chegado até onde chegou, mesmo com todas as adversidades, afinal condenar não adianta mais, já passou... agora só em 2014, e aqui no Brasil, com a energia do país inteiro torcendo tenho esperança que o final seja mais feliz! 

Mas como 2014 ainda está bem longe que agora o povo brasileiro concentre sua energia e patriotismo para os problemas do país, que são muito mais tristes que a derrota num campeonato mundial...
(imagens: Portal IG)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Vinho quente do coração

Para muita gente o inverno é bom, bonito e elegante. Bom pra namorar, ficar em casa, ver filme e comer pipoca embaixo do cobertor, bonito pela paisagem e elegante pelos casacos, botas e cachecóis que pulam do armário prontos para desfilar pelas ruas. Mas pra mim, definitivamente, inverno é sinônimo de melancolia.

Ainda mais quando se mora em São Paulo, essa cidade cinza, de concreto, que faz a gente se sentir mais triste e só do que o normal...

Tem coisa pior do que levantar da cama quentinha logo cedo pra trabalhar, abrir a janela e se deparar com aquele vento cortante, aquela chuvinha fina e ter que sair pra pegar um transporte público?Aff!

No inverno parece que até o coração fica mais frio, a gente fica carente, desesperado por um abraço, uma mão quentinha pra segurar a sua, qualquer gesto que esquente aquela sensação triste que agasalho algum consegue conter!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A Alice de cada um de nós


Acabei de ler "Alice através do espelho" e ri muito sozinha nos percursos de ônibus e trem que passei nos últimos dias. Nessa segunda história a clássica personagem de Lewis Carrol mergulha dentro de um espelho onde vai encontrar os mais bizarros personagens com quem vai travar diálogos curiosíssimos e aventuras incríveis. 

O mais engraçado da Alice pra mim é a presença de espírito que uma garotinha consegue ter, aquelas sacadas ótimas e a frequência de pensamentos que não param um segundo! Sem contar o carisma e a imaginação do tamanho do mundo!

Assim como todo mundo me identifico com algumas caracterísitcas da Alice e principalmente identifico muitas amigas minhas que me lembram muito o jeitinho sapeca e inteligente da menina. Acho que todo mundo tem um pouco de Alice dentro de si, não só quando criança, e acho que é por isso que a história é mais popular entre os jovens do que com os pequenos, que talvez ainda não consigam captar as nuances tão peculiares que o autor deu à personagem. Mas o que acho mais legal nos dois livros é que ele desperta essa Alice que existe em cada um, e ajuda a ver que mesmo grandes ainda podemos ter a leveza das crianças...

PS: Ainda não vi o filme do Tim Burton, mas fiquei mais curiosa ainda, já que ele mistura as duas histórias e ainda acresenta o seu toque especial!

domingo, 9 de maio de 2010

Tudo errado

Tem dias que tudo dá errado. Você acorda e parece que o mundo faz questão de te contrariar, te irritar...
O dia começa frio e nublado e pronto: o coração trata de ficar cinza também. E pra piorar é domingo!
Aí a comida perde o sabor, a TV fica mais chata do que qualquer outro dia, as conversas mais monótonas, os sorrisos forçados, as brigas mais intensas, você fala o que não deve, se arrepende, mas não se desculpa, orgulhosa. E pra completar lembra que o fim de semana acabou e você não fez nada, vem o arrependimento... e amanhã precisa acordar cedo e voltar pra aquele cotidiano maçante que odeia tanto e você se odeia ainda mais nesse momento por não fazer nada pra mudar isso. Aí bate aquela angústia e você chora... mas uma hora para e vê que de nada adianta sofrer se não fizer nada pra mudar ('mas fazer o quê?' se pergunta) e depois dorme e acorda como se nada tivesse acontecido e começa a se deixar levar por aquela rotina sem tempo de pensar em nada... até sorri de vez em quando! Até o dia em que tudo dá errado de novo...

Antes tarde do que nunca...

Preguiça, insegurança, dúvidas e outros pensamentos me impediram de parir esse embrião que há anos estava sendo fecundado. Preguiça de começar, medo de não dar continuidade, dúvida sobre o que falar...

Enfim, tudo isso continua mas resolvi dar o primeiro passo mesmo sem ter certeza onde vou chegar, que caminho tomar... só não posso mais andar na contramão!